PROJETOS E AÇÕES
Em Nova Petrópolis participaremos da celebração do Dia Internacional da Cidade Educadora e neste ano o lema é:
A Cidade Educadora não deixa ninguém para trás
.
Muitas atividades estão sendo pensadas para este dia de celebração.
- Exposição no Roll de Entrada da Prefeitura Municipal;
- II ENCONTRO DOS MORADORES DO BAIRRO VILA GERMÂNIA - Como reduzir nossos lixos? O que fazer com os lixos que produzimos?
- Lançamento dos vídeos e fotos das diferentes ações já realizadas nas redes sociais;
- Sessão solene na Câmara de Vereadores no dia 30 de Novembro;
- Divulgação do Projeto Resgatando uma comunidade, Chapadão;
- 11ª Olimpíada de Literatura Infantil, realizada pela Biblioteca Pública de Nova Petrópolis.
VISITA A MORADORES
Dia 02 de outubro, coordenadores do Projeto Lixo-Desde sua separação até seu destino final, visitaram moradores do Bairro Germânia para levar informações e esclareer dúvidas sobre compostagem. Foi uma manhã muito produtiva, porque muitas famílias já transformam seu lixo orgânico em adubo e cultivam suas hortas.
O grupo foi muito bem recebido em todos os lares e aprendeu muito com essa experiência, que com certeza deverá continuar sendo feita e documentada.
Dia 26 de agosto de 2021 tivemos a
retomada dos trabalhos do grupo de coordenação do Projeto Lixo desde sua separação até seu destino final, na EEEM 1o de Maio no bairro Germânia. A interrupçao das atividades foi em função da pandemia
do coronavírus.
Foram levantadas inúmeras ideias para
dar andamento ao projeto, envolvendo os moradores do bairro e o poder público
municipal. Instalação de container para colocação dos diferentes lixos, horta
comunitária, oficinas sobre compostagem foram algumas das possíveis ações.
Foi ventilada a possibilidade do próximo encontro do grupo ser realizado junto com a reunião do Conselho Municipal da Cidade Educadora para apresentar as propostas.
O
grupo de coordenação do projeto Lixo:desde sua separação até seu destino final,
no bairro Germânia, reuniu-se dia 14 de janeiro de 2021 para avaliar o primeiro
encontro, realizado em novembro de 2020, que contou em torno de 50
participantes, e planejar as próximas ações. Foi constatado que tanto os
assuntos tratados e a dinâmica do encontro foram muito bem recebidos pelos
participantes. Importante será aprofundar alguns temas em forma de oficinas e
informações sobre a separação correta do lixo, reaproveitamento do material
reciclável, compostagem, fabricação de sabão com óleo de cozinha, plantas
comestíveis. Além disso, promover campanhas para arrecadar garrafas pet para
serem aproveitadas em enfeites natalinos. A próxima reunião do grupo
coordenador, em fevereiro, irá planejar e organizar em detalhes o encontro com
a comunidade, em final do mês.
PUBLICAÇÃO DO PROJETO NO SITE DA AICE
Temos nosso primeiro projeto publicado no banco de experiências da AICE. Trata-se do projeto Nova Petrópolis Cidade Leitora. Veja no link abaixo:
BIDCE - Banco Internacional de Documentos de Ciudades Educadoras (bcn.es)
AÇÕES ALUSIVAS AO DIA INTERNACIONAL DA CIDADE EDUCADORA
Trinta de novembro é comemorado o Dia Internacional da Cidade Educadora, festejado todos os anos em mais de 400 cidades de 40 países que integram o movimento. Esse ano celebra-se também o aniversário de 30 anos da fundação da entidade, sendo que todas as cidades que fazem parte desenvolvem ações sobre o tema “Cidades Educadoras, transformando cidades e pessoas para um mundo melhor”.
Para participar dessa comemoração, foram realizadas em Nova Petrópolis diversas atividades, como a 1ª Exposição Fotográfica Cidade Educadora sobre o tema “Fotografando as coisas boas de seu lugar”, Encontro com moradores do bairro Germânia, dia 28/11, sobre o tema Lixo- desde sua separação até seu destino final, Mensagem do Secretário Municipal de Educação, Cultura e Desporto Prof. Ricardo Lawrenz com divulgação na rede social e Mensagem na sessão da Câmara Municipal de Vereadores, dia 30 de novembro, do presidente do Conselho Municipal da Cidade Educadora de Nova Petrópolis Jonatas L. Fürtsnow.
1ª Exposição Fotográfica Cidade Educadora
Estudantes desde o 6º ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio das tres redes de ensino foram desafiados a registrarem situações positivas que envolviam ações de pessoas (atitudes em relação aos cuidados com o meio ambiente, cuidado com os outros, cenas do trânsito). As imagens também podiam ser referentes a paisagens, belezas naturais, prédios de patrimônio histórico, jardins e praças, monumentos, estilos arquitetônicos nos diferentes espaços do município, cenários que encantam pela sua beleza natural, seu significado histórico, sua importância patrimonial e cultural. Estão publicadas também no site da prefeitura https://www.novapetropolis.rs.gov.br/noticias/1a-mostra-fotografica-celebra-o-dia-internacional-da-cidade-educadora-em-nova-petropolis
Encontro no bairro Germânia
O encontro dia 28/11 sobre o tema Lixo-desde sua separação
até seu destino final, contou com a apresença de moradores, lideranças e
representantes de entidades do bairro, profissionais de diferentes áreas, além
de lideranças municipais. O evento foi organizado e realizado em conjunto
com um grupo de moradores e lideranças do bairro, como representantes da EEEM
01 de Maio e da Associação de Moradores, que compreendeu a importância do tema,
mobilizou a comunidade, despertou o interesse pelo assunto e ofereceu uma manhã
com muito aprendizado, troca de experiencia, o gosto por quero mais e a
compreensão de que esse assunto precisa ser retomado constantemente.
Foram convidados profissionais de diferentes áreas e da EMATER que
trouxeram informações e experiências sobre a separação correta dos
diferentes lixos, a forma e importância de seu reaproveitamento, sobre
compostagem, jardins em pequenos espaços e plantas medicinais. Foram mostrados
exemplos bem concretos sobre como se pode aproveitar as embalagens de leite
para revestimento térmico, a erva mate e borra de café que geralmente botamos
fora para fazer adubo, confecção de sacolas descartáveis para usar em nossas
compras, o aproveitamento de restos de madeira encontrada na construção
civil para criação de obras de arte, ou ainda o aproveitamento de embalagens de
plástico e garrafas pet para fazer vasos de flores. Sobre o plástico, temos no
Brasil uma estrutura suficiente que poderia muito bem dar conta do
aproveitamento dos diferentes tipos de material para fabricação de inúmeros
materiais, como tecidos, mangueiras, material de contruçao civil,
revestimemento interno de carros entre outros, mas muito pouco dos plásticos
que colocamos fora chega até as indústrias de transformação, por ter sido mal
descartado. Ficou claro que o lixo não precisa ser necessariamente um problema,
mas uma imensa oportunidade de geração de trabalho e de cuidado com nossa saúde
e do meio ambiente. Mas enquanto descartarmos nossos lixos de qualquer maneira
e se botarmos fora aquilo que poderíamos reaproveitar, o resultado só pode ser
o que estamos tendo: pouco lixo é reciclado pelas prefeituras, sendo boa parte
levado para outros municípios. Ou o pior, acaba nos lixões a céu aberto, nos
rios, nos aceanos.
Se a separação fosse sempre correta, os materiais recicláveis
reaproveitados para diferentes finalidades e os restos orgânicos serem
transformados em adubo para nossas hortas e jardins, poderia aumentar em
muito o percentual de reciclagem e diminuir o impacto ambiental.
Fazer composteiras domésticas é uma das muitas maneiras de
contribuir e algo nem um pouco dificil. E por existirem diversos tipos de
composteiras, pode-se escolher e montar aquela que melhor se adapta à realidade
de cada um. Orientações e informações sobre como montar, cuidar e
aproveitar o adubo é que não faltam, inclusive nosso o Guia Prático da
Compostagem Doméstica lançado no encontro e divulgado na rede social.
A experiência do bairro mostra que é possível as comunidades
organizarem ações para enfrentar os seus problemas em conjunto com o poder
público e entidades, no caso ações que possam mudar nossa relação com o lixo
que produzimos, adquirir novos hábitos, cuidar melhor da saúde de todos e do
ambiente em que vivemos.
“O grande desafio do
século XXI é investir na educação de cada indivíduo, de maneira que este seja cada vez mais capaz de
exprimir, afirmar e desenvolver o seu próprio potencial humano. Potencial feito de individualidade,
construtividade, criatividade e sentido de responsabilidade assim como de um
sentido de comunidade - capacidade de diálogo, de confrontação e de
solidariedade”.
Mensagem do Secretário Municipal de
educação, cultura e desporto, Prof. Ricardo Lawrenz
https://www.facebook.com/novapetropolisrs/videos/1807134416127990
Uso da tribuna na sessão da Câmara de
Vereadores, pelo presidente do CMCE Jonatas L. Fürstnow
DIA INTERNACIONAL É NOTÍCIA NA MÍDIA
https://www.acinpserragaucha.com.br/noticias_int.php?id=1147
Matéria no Jornal A Ponte, de Nova Petrópolis
Contracapa no Jornal O Pioneiro, de Caxias do Sul
No site da Rede Brasileira de Cidades Educadoras
https://www.edcities.org/rede-brasileira/
PROGRAMA DE ATIVIDADES NO BAIRRO GERMÂNIA
A iniciativa é
destinada a alunos das tres redes de ensino, desde o 6º ano até o Ensino Médio.
O Regulamento será enviado às escolas e complementado com informações e
orientações às equipes diretivas e pedagógicas.
As melhores fotografias serão divulgadas no site da prefeitura dia 30/11 e no blogue e face da Cidade Educadora tanto dia 30 quanto nos dias seguintes.
Outra atividade envolve o planejamento da retomada do projeto Lixo – desde sua separação até seu destino final, no bairro Germânia. Em reunião com a participação da direção da EEEM 01 de Maio e da diretoria da associação de moradores, foram levantadas diversas possibilidades de ação, sendo definida a realização de oficinas de compostagem e confecção de sacolas retornáveis com a logomarca da CE, com moradores do bairro, nos dias 21 e 28/11. A proposta será divulgada à comunidade por rede social e contatos pessoais pela escola e pela associação de moradores.As oficinas integrarão
as ações alusivas ao Dia Internacional da Cidade Educadora.
VISITA AOS CANDIDATOS A PREFEITO E VICE
O conselheiro Mário J. Konzen do CMCE e o coordenador da Cidade Educadora Prof.Irineu Lasch visitaram os candidatos a prefeito e vice-prefeito de Nova Petrópolis para apresentaros objetivos do movimento das Cidades Educadoras, as ações desenvolvidas em nosso município e as previstas. Encontraram em todos eles muita receptividade, interesse e vontade de incluir as propostas da CE em seus planos de governo, apoiar os projetos e contribuir na sua realização. Foi também uma oportunidade especial para conhecer melhor os candidatos e candidatas, suas percepções das necessidades municipais e suas propostas de ação. Itens como meio ambiente, sustentabilidade, inclusão de todos, melhoria da qualidade de vida e educação ao longo da vida, que são temas contemplados nos princípios da Cidade Educadora, foram os mais debatidos.
Candidato Jerônimo Sthal Pinto
Candidato Jorge Darlei Wolf e vice Martin Wissmann
Candidato Jorge Vilson
Dinnebier e vice Alexandra Muller
Candidata Doris Denise Neumann e vice Tem. Marco Antonio
PARTICIPAÇÃO DE NOVA PETRÓPOLIS NO
XI Simpósio Nacional de Educação
Nova
Petrópolis se fez presente no XI Simpósio Nacional de Educação, realizado em
Frederico Westphalen dias 16 a 18 de setembro, através da participação em
painéis e relatos de experiências. O tema do evento foi “Cidades
Educadoras: novos olhares para o desenvolvimento humano na escola e para além
dela”. Em função da pandemia, todas as atividades foram realizadas online.
O
Prof. Irineu Lasch apresentou a experiência de Nova Petrópolis desde a adesão à
Associação Internacional da Cidade Educadora, em 2018, até o momento
atual em painel que tratou das cidades educadoras brasileiras. Falou, de
modo especial sobre a criação do Conselho Municipal da Cidade
Educadora, ao invés de um comitê coordenador.
A
Diretora Professora Elén Cristina Raiman apresentou o projeto Monitoria Escolar
da EEEM 01 de Maio, que foi implantado em 2017 com o objetivo de melhorar
o processo de ensino e aprendizagem, reduzir a evasão e o insucesso escolar,
que conta com o envolvimento de toda a comunidade escolar.
A
bibliotecária Suzana Carrasco, da biblioteca pública municipal Elsa Hofstätter
da Silva relatou sobre o Projeto Nova Petrópolis Cidade Leitora.
Em
Nova Petrópolis – RS a leitura é fator importante tanto para o desenvolvimento
pessoal quanto cultural e social. Por meio dela, o leitor, independente de
idade, entra em contato com outros mundos, amplia conhecimentos, sente prazer e
desenvolve diferentes habilidades e competências. São projetos que
envolvem o acesso à leitura, o estímulo à escrita, o incentivo à criatividade e
à expressão de ideias.
Como
resultado do evento, foi elaborada a seguinte Carta:
CARTA DE FREDERICO
WESTPHALEN SOBRE COMPROMISSOS PARA CONSTRUÇÃO DE UMA CIDADE EDUCADORA
No
contexto das reflexões e debates do XI Simpósio Nacional de Educação, realizado
de 16 a 18 de setembro de 2020 na Universidade Regional Integrada do Alto
Uruguai e das Missões, câmpus de Frederico Westphalen, que reuniu mais de 2000
participantes de diferentes regiões do Brasil e de outros países, diante dos
imensos desafios para qualificar a vida cotidiana de todas e todos, cada um e
cada uma, nas nossas cidades, apresentamos as seguintes considerações e
proposições.
Considerando os valores da democracia, da participação cidadã, da aceitação da diversidade, da sustentabilidade, do pertencimento das pessoas aos lugares em que vivem e suas identidades como valores fundamentais da vida social e coletiva;
Considerando que a educação consiste em processo imprescindível para o
desenvolvimento das sociedades e em condição para o desenvolvimento pessoal nos
contextos laborais, culturais, econômicos, políticos e como possibilidade de
transformação social, que se realiza em múltiplos espaços e que acontece ao
longo da vida e em todos lugares que habitamos;
Considerando
a compreensão da educação como pilar para o conjunto das políticas;
Considerando os múltiplos desafios de nossas cidades, entre os quais problemas
associados à violência e à desigualdade social, a óbices quanto à garantia de
diretos a pluralidades relacionadas a gênero, raças, etnias, culturas; à falta
de acesso a espaços de cultura, educação, lazer; a entraves para a existência
de meio ambiente saudável e sustentável, a ameaças a democracia, ao Estado de
Direito e a liberdades individuais; Considerando o desafio de ensinar e
aprender sempre e ao longo da vida, com diálogo, convivência, empatia,
aceitação da diversidade, exercícios de liberdade e de alteridade e
responsabilidade individuais e coletivas;
Considerando
a relevância dos Direitos Humanos no contexto nacional e nos espaços locais bem
como a efetivação de marcos legais associados aos Direitos Humanos, abrangendo
todos os grupos sociais;
Considerando
a perspectiva de implantação de uma política para construção de cidade
educadora que seja contínua e duradoura, independentemente dos movimentos
sociais e políticos de gestão das cidades;
Considerando
o direto à cidade como um dos Direitos Humanos já alicerçados no ordenamento
jurídico e legislativo brasileiro, presente no espírito da Constituição Cidadã
de 1988 e exemplificado no Estatuto da Cidade, entre outros;
Considerando
a amplitude do conceito de cidade educadora e a potência nele contida no
sentido de construção de novos olhares para as cidades, compreendendo seus
múltiplos territórios e seus habitantes com suas histórias, memórias,
necessidades e sonhos;
Considerando
a vitalidade da concepção de territórios educativos ligados à construção do
pertencimento ao lugar e aos possíveis arranjos e redes educativas;
Considerando a necessidade de pensar a cidade educadora como um grande mapa curricular e seus compromissos com a formação humana integral de crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, promovendo também relações intergeracionais;
Considerando, por fim, a necessidade de (re)construção de valores estruturais
da civilização humana
PROPOMOS:
- a incorporação dos pressupostos e experiências realizadas em cerca de 500
cidades do mundo e 34 países, expressas na carta das Cidades Educadoras e
sustentadas pela AICE (Associação Internacional de Cidades Educadoras);
-
a socialização e construção de espaços de diálogos acerca das experiências das
22 cidades brasileiras que integram a proposta de cidades educadoras;
-
a criação de redes territoriais de cidades educadoras nos diferentes Estados da
Federação;
-
a integração entre experiências de cidades educadoras no contexto da América
Latina; - a Constituição de Comitês Estaduais das cidades educadoras;
-
a criação da rede de universidades apoiadoras no Brasil a projetos de
construção de cidades educadoras;
-
a incorporação desta Carta nos programas dos partidos políticos que disputarão
as eleições municipais que se aproximam e as que vierem;
-
o desafio de aprender coletivamente a construir projetos educativos de cidades
na perspectiva de territórios democráticos, inclusivos, sustentáveis, afetivos,
inteligentes, plurais, agregadores, sensoriais, policêntricos, cuidadores,
sonhadores;
-
o desafio de pensar em políticas públicas que considerem as comunidades que
habitam a cidade, tanto nos tempos da infância, da adolescência, da juventude,
da adultez e da velhice;
-
a execução de políticas públicas que focalizem os tempos da vida nos
territórios, tecendo diálogos e ações específicas em diferentes áreas, como as
de saúde, lazer, esporte, cultura, educação, segurança, tecnologias,
mobilidade, entre outras;
-
o fortalecimento da dimensão pedagógica das políticas públicas como processo
permanente de educação e desafios de aprendizagem de forma a garantir
continuidades na execução de ações e projetos;
-
a territorialização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável nos marcos da
educação em sustentabilidade e da Agenda 2030;
- a implantação de ações formativas com vistas
à construção da cultura de paz por meio da afirmação, da defesa e da efetivação
de Direitos Humanos;
-
a elaboração de uma Agenda permanente elaborada por uma governança de rede que
inclui governos e sociedade civil para a construção de cidades educadoras.
Esta Carta exprime o desejo de construção de valores e princípios que nela se manifestam para a formação de cidades educadoras. Define-se como aberta à sua própria reformulação e deverá ser permanentemente repensada face aos desafios da vida social e política de nosso país no presente e no futuro. Por isso, conclamamos toda a coletividade, incluindo governos e atores sociais, à assunção dos compromissos supracitados e à persecução das proposições constantes neste Documento para que se convertam em elementos qualificadores da vida nas cidades. São signatários desta Carta os participantes do XI Simpósio Nacional de Educação.
Frederico Westphalen, 18 de setembro de 2020.
BAIRRO VILA GERMÂNIA IMPLANTA PROJETO
SOBRE LIXO
Dia
04/03/20 foi realizado importante encontro com os moradores do bairro Vila
Germânia, de Nova Petrópolis, organizado pelo Conselho Municipal da Cidade
Educadora. Foi realizado na EEEM 01 de Maio e contou com a presença de
moradores, pais de alunos, lideranças, vereadores, conselheiros do CMCE
representantes de entidades e de alunos. O presidente do Conselho
Jônatas Luis Fürstnow e o coordenador da Cidade Educadora Prof.
Irineu Lasch apresentaram proposta do projeto “Lixo:desde sua separação
até seu destino final” a ser implantado no bairro. O assunto foi
intensamente debatido, com sugestões de ações como informar os demais moradores
sobre o projeto, sua necessidade e importância para o bairro. Foram
apresentadas diversas ações, como a da EEEM que já desenvolve projetos
referentes à coleta de detritos e adubação orgânica, envolvendo grande número
de alunos e suas famílias.
Ações, como oficinas sobre compostagem, confecção
de sacolas com material reciclável, incentivo às hortas caseiras, criação de
horta comunitária entre outras, também poderão ser desenvolvidas em breve. No
próximo encontro, dia 01/04, conta-se com a presença de um número maior ainda
de moradores, quando haverá relatos das ações implantadas e a definição de
outras. Foi consenso que deverá haver maior conscientização sobre a devida separação
do lixo e seu encaminhamento correto, o que implica em mudança e
desenvolvimento de atitudes e hábitos não apenas de crianças e jovens, mas
principalmente dos adultos.
O encontro e respectivo projeto
integram as ações do programa Nova Petrópolis Cidade Educadora.
OBJETIVOS DO PROJETO
1. Sensibilizar e mobilizar os
moradores, entidades e lideranças sobre a necessidade e importância do manejo
adequado dos detritos produzidos nos diferentes ambientes do bairro, desde sua
separação até seu destino final;
2. Buscar alternativas para o
aproveitamento do lixo orgânico e seco, com vistas à sustentabilidade;
3. Através das diferentes ações
individuais e coletivas, promover a educação transformadora dos sujeitos
envolvidas e de seu local próximo e distante;
4. Incentivar o protagonismo, como forma
de promover a autonomia na percepção de necessidades e na busca de soluções
individuais e coletivas na comunidade;
5. Promover educação ambiental em todos os contextos
do bairro, de forma a auxiliar na formação de sujeitos multiplicadores para a
comunidade;
6.
Realizar uma experiência-piloto a ser
estendida, posteriormente, a outros
bairros da cidade e locais do interior..
JUSTFICATIVAS
Um
dos principais problemas encontrados nas cidades, independente de seu
tamanho, é o lixo. O problema começa,
geralmente, na forma como os detritos são separados nos diferentes ambientes e,
consequentemente, no seu encaminhamento. Tende a aumentar na medida em que a
população cresce e gera elevação no consumo, que resulta em descarte. E com a
falta de políticas públicas adequadas, o problema muitas vezes torna-se
insulúvel para o município, com o lixo sendo levado para outras cidades, apenas
transferindo os problemas de um local para outro. Mas, além de representar
problema, o lixo também pode representar oportunidades, como geração de
trabalho e renda, mudança de valores e atitudes e contribuir para a educação
ambiental.
A produção do lixo está diretamente ligada
ao nosso modelo de desenvolvimento, que incentiva o consumo, muitas vezes coisas nem sempre necessárias, e tudo que
consumimos produz impactos. Se algumas decadas atrás a quantidade de lixo
gerada era muito inferior à atual, hoje as toneladas de detritos assustam,
mobilizam autoridades e requerem políticas mais qualificadas, coerentes com a
atual realidade.
Em muitas cidades em que há serviços de coleta do lixo, ele é armazenado em
dois tipos de “depósitos”: os lixões nos quais os dejetos ficam expostos a céu
aberto e os aterros sanitários onde o lixo é enterrado e compactado. Os lugares
que abrigam os depósitos de lixo geralmente estão localizados em áreas
afastadas das partes centrais do município.
Conforme dados da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente, de Nova Petrópolis, o município recicla apenas 16%
dos resíduos orgânicos e inorgânicos produzidos pelos seus 20 mil habitantes e
investe certa de R$ 2 milhões anualmente na coleta, triagem e destinação
correta desses resíduos.
Outro dado importante é que apenas 38% do
lixo seco é reciclável. Se a separação fosse correta, poderia aumentar em muito
o percentual de reciclagem e diminuir o impacto ambiental, inclusive com gastos
com a sua destinação.
Ainda conforme dados da SEMMA, em torno de
30 pessoas atuam no processo da coleta e destinação das 450 toneladas mensais
de lixo do município. Separados em orgânico e inorgânico, os resíduos são
levados em caminhões para o município de Tupandi. O lixo seco, de 189.400
toneladas, corresponde a 38% do total e, o rejeito a 62% (lixo seco contaminado
e que não serve para reciclagem). Os materiais
considerados como rejeito e o lixo orgânico, correspondentes a 84% do total,
são encaminhados para o aterro de São Leopoldo. O Município paga, atualmente,
R$ 95,00 por tonelada de lixo que é encaminhado para o aterro.
Em 2019, foram recolhidas 11 toneladas de lixo eletrônico e 240 litros de óleo
de cozinha.
Considerando que a
população de Nova Petrópolis (em torno de 20 mil habitantes) produz 450
toneladas de lixo mensais (5.400 toneladas/ano) e 11 toneladas de lixo
eletrônico/ano, temos um total de 5.411 toneladas de lixo produzidos em 2019,
resultando em 5.411.000 quilos, resultando em 270,55 quilos por pessoa/ano em
Nova Petrópolis.
Segundo a Comissão Europeia, todos
os anos são gerados na Alemanha 583 quilos de lixo por pessoa, acima da média
do bloco (502 quilos por pessoa). No Chipre, por exemplo, são 760 quilos.
Conforme a Secretaria da Agricultura e Meio
Ambiente de Nova Petrópolis, o percentual de 16% de lixo reciclado
do total de resíduos recolhidos no Município é pouco. No entanto, comparado com
outras cidades do Rio Grande do Sul, esta taxa está em um bom patamar. A
coleta, a triagem e a destinação do lixo de Nova Petrópolis compromete mais de
50% do orçamento da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente.
Sendo o lixo é um
dos maiores problemas ambientais no mundo e separá-lo corretamente em casa pode
parecer insignificante, mas fará toda a diferença se cada um dos habitantes
respeitar os dias e horários de coleta, separar o lixo corretamente e
descontaminá-lo, além utilizar restos de alimentos e cascas como adubo. Se
essas ações forem colocadas em prática, diminuiremos consideravelmente o volume
de lixo destinado para aterro e aumentaremos a porcentagem de materiais
recicláveis. A caixinha de leite suja ou o plástico
misturado com restos de comida vão direto para o aterro e não tem a chance de
ser reciclado porque estão contaminados. É preciso repensar hábitos para
melhorarmos o ambiente em que vivemos. Uma cidade limpa e consciente é motivo
de orgulho para a comunidade. Cada um deve fazer a sua parte. Não jogar lixo no
chão, atentar para as datas e os horários das coletas e separar o lixo
corretamente são ações simples que podem fazer muita diferença. Lixo é
dinheiro, mas também é saúde, bem-estar e qualidade de vida!.
Materiais que contaminam os demais resíduos e geram grande impacto ambiental, não podem ser descartados na coletiva seletiva. Exemplo disso são as lâmpadas, pilhas, baterias, pneus, toners, sucatas eletrônicos. Devem ser encaminhados para as empresas que comercializam as mesmas. A Prefeitura de Nova Petrópolis realiza coletas especiais de embalagens de agrotóxicos, lixo eletrônico, pneus e óleo de cozinha em datas específicas durante o ano para diminuir o impacto da destinação incorreta desses materiais no Meio Ambiente.
A necessidade de políticas integradas entre poder público e a sociedade civil é reforçada pelo relatório da AGENDA ESTRATÉGICA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E PLANO DE MOBILIDADE-MUNICÍPIO DE NOVA PETRÓPOLIS (NOVA2050), quando constata que “é típico dos países latino-americanos e do Brasil em particular, que se privilegie a governabilidade pública, que é quem toma determinações muito tradicionais da organização republicana e da democracia representativa, geralmente apresentando deficiências de governança das instituições privadas. No Brasil, muito trabalho foi feito em torno do aumento e consolidação da democracia participativa, mas ainda há muito a ser feito nesse sentido. Hoje, Nova Petrópolis não possui avanços importantes nesse sentido (conselhos, organização cooperativa, entidades autônomas), devendo essa ação ser intensificada para que a agenda tenha modalidades inovadoras, tanto em termos de governabilidade, para a implementação da Agenda como um conjunto de políticas públicas, como de governança, para estabelecer mecanismos de aplicação pelo setor privado”. (SUBSISTEMA 3: GESTÃO INSTITUCIONAL, GOVERNABILIDADE E GOVERNANÇA - FORMA DE GESTÃO)
Propõe também, no item Programa 2.5.A.- Programa Cultura
Ambiental, a realização de
ações em torno da questão ambiental, como por exemplo:
1. Implantar um programa de atividades socioculturais de
difusão de conhecimento acerca das questões ambientais a ser oferecido por
organizações da sociedade civil.
2. Incentivar as práticas de manejo de resíduos sólidos e
orgânicos visando a manutenção e qualificação do ambiente natural.
3. Desenvolver campanhas de conscientização para a sustentabilidade
tendo como foco a qualidade de vida física e mental.
Ou ainda a
realização de projetos como:
- Padrão
sustentável de consumo e produção
- Educação
para redução e mudança de produção de lixo
- Hortas
Comunitárias
entre outras
Também entre os princípios da Carta das Cidades Educadoras encontramos
fundamentos para ações que promovam a qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs,
quando na sua introdução afirma: “O grande desafio do século XXI é investir na
educação de cada indivíduo, de maneira que
este seja cada vez mais capaz de exprimir, afirmar e desenvolver o seu próprio
potencial humano. Potencial feito de
individualidade, construtividade, criatividade e sentido de responsabilidade
assim como de um sentido de comunidade - capacidade de diálogo, de confrontação
e de solidariedade”.
Reforçado também pelo princípio 17 da Carta, ao incumbir as cidade educadoras a “garantir a qualidade de vida a partir de um meio ambiente saudável e de uma paisagem urbana em equilíbrio com o seu meio natural”.
E, finalmente, a realização do projeto se justifica na medida em que moradores, lideranças e entidades do Bairro Vila Germânia desejam a sua implantação, com o pleno envolvimento da comunidade, participação do poder público municipal e de outras instituições parceiras.